http://www.flickr.com/photos/ocupeacidade/sets/72157625987611241/
delimitamos um perímetro que seria nosso primeiro território de ocupação e saímos durante o sábado para explorá-lo, com a utilização de câmeras fotográficas e de vídeo. os limites seriam o viaduto pompeia (av. nicolas boer), a av. marquês de são vicente, o viaduto antartica (av. antartica) e a rua turiassu. no entanto, acabamos percorrendo apenas o setor ao norte do trilho do trem, o que nos tomou bastante tempo. encontramos grandes galpões, ruas particulares, o "circo dos sonhos", um leilão de automóveis sinistrados e sucatas, alguns moradores de rua, trabalhadores em fim de expediente indo para a estação barra funda, quatro homens andarilhos da bahia que estavam caminhando desde poá e que tinham como destino a cidade de araras (para onde estavam indo a pé à procura de trabalho), dezenas de pessoas que pareciam ter acabado de sair de um chill out e estavam fazendo um fim de festa em um posto de gasolina etc.
área aparententemente deserta, mas com situações inusitadas. sensação de vazio, abandono, mas com alguns momentos com vida. território estranho para nós. e do outro lado do trem estão 2 shopping-centers, o estádio palestra italia, a casa das caldeiras... o contraste é claro. e aí? de que serve tudo isso? que lugar é esse? o que estamos fazendo aqui?
projeto de residência artística do coletivo ocupeacidade, executado a partir do programa 'obras em construção' da associação cultural casa das caldeiras, em são paulo, desde julho de 2010.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
obras em construção | projeto residual | ocupeacidade
O programa de residência artística Obras em construção proposto pela Casa das Caldeiras apresenta para nós do coletivo OCUPEACIDADE uma oportunidade para desenvolver um projeto de intervenções artísticas pontuais em um espaço peculiar da cidade de São Paulo.
Tendo em vista os processos de ocupação da Barra Funda através de sua industrialização e a determinação de sua morfologia urbana através da criação da via férrea, o bairro caracterizou-se por um grande pólo industrial de intenso fluxo de mercadorias e pessoas. Em um momento posterior houve um movimento de desocupação do bairro devido ao processo de desindustrialização, ocasionando um progressivo abandono de seu imenso parque. Os antigos lotes industriais tornaram-se enormes terrenos baldios, configurando uma paisagem peculiar à região.
Pretendemos desenvolver o projeto durante o período de seis meses, tendo como proposta realizar um mapeamento do entorno da Casa das Caldeiras, levando em consideração seus aspectos histórico e geográfico, bem como a relação do processo de urbanização com o modo vida dos habitantes atuais da região. A partir de uma aproximação com este campo desenvolveremos intervenções artísticas que evidenciem questões inerentes ao local, com propostas abertas a outras pessoas, sob a forma de oficinas, convites a outros artistas e também através da aproximação de recursos comunitários existentes no bairro, como, por exemplo, associações de moradores, projetos sociais, escolas, cooperativas de catadores de materiais reciclados etc.
Considerando a Casa das Caldeiras um resquício arquitetônico deste processo, buscamos valorizar o seu papel resgatando a sua memória através de uma investigação da situação atual de seu entorno, realizando intervenções artísticas que apontem as formas de relação com essa região da cidade. Para evidenciar o caráter de resíduo de um processo de desindustrialização, usaremos, além de outros materiais, resíduos sólidos coletados nos arredores como matéria prima, criando um paralelo entre o processo de urbanização e a produção atual de lixo.
Assinar:
Postagens (Atom)